A UNIÃO DAS DUAS NATUREZAS
Por Jean-Baptiste Willermoz

“Esta união inconcebível de duas naturezas tão opostas [animal e espiritual] é hoje, no entanto, o triste atributo do homem. Por um lado, faz brilhar nele a grandeza e a nobreza de sua origem e, por outro, o reduz a condição do mais vil dos animais, escravo das sensações e das necessidades físicas. […] a natureza das uniões da matéria se opõem a unidade da Natureza espiritual.”

 

“Encontramos na própria matéria uma imagem desta união inconcebível através da união que existe nela de dois princípios opostos chamados água e fogo; um mediador, ou terceiro princípio, chamado terra, opera esta união; ela os une e os liga em um só corpo. Esta é a mesma união das duas naturezas do homem; ela só pode ser dada por um poder mediador que, inferior ao espírito e superior a matéria, lhes une sem ser-lhes contrário e mantém por sua presença esta união contranatural até que sua ação cesse, rompendo assim com sua retirada estes laços momentâneos.” (L. F.)

[Este mediador é, evidentemente, a “alma passiva sensível”, dita “animal”, que existe no homem como nos animais terrestres.” – Pasqually, Martines. Tratado da Reintegração.]

“Composto de corpo e de espírito unidos pela alma, o homem é um ser ‘espiritual, animal e material’ (L. F., pg. 1033). Na verdade, está combinação ternária, sem ser impensável como é a união imediata do espírito com a matéria, permanece para Willermoz ‘quase inconcebível’, pelo que escreve na Instrução Moral do grau de Aprendiz do Regime Escocês Retificado: ‘Os três golpes sobre vosso coração indicam a união, quase inconcebível, que há em vós, do espírito, da alma e do corpo, que é o grande mistério do homem e do maçom.”

Esta combinação deseja desfazer-se, e isto ocorre quando o termo mediador que a mantém artificialmente unida se retira. Então chega, para o corpo material, o momento da dissolução.