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Oração e Caridade nº 22

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MARTINES DE PASQUALLY 

Por Jean-Marc Vivenza

Convém lembrar – embora a pesquisa histórica venha atualizando os aspectos problemáticos há alguns anos, ou mesmo obscuros e questionáveis quanto à sua personalidade – que toda a doutrina Martinista tem sua fonte em Martines de Pasqually (1710-1774), já que ele é, sub todos os aspectos, o inegável pai fundador, o primeiro profeta, o surpreendente inspirador esclarecido, o anunciador excepcional e o extraordinário revelador.

Taumaturgo, homem de Deus, teurgo, seus conhecimentos são a base dos escritos e do pensamento de Louis-Claude de Saint-Martin (1743-1803), embora mais tarde o Filósofo Desconhecido, devido ao seu próprio caminho espiritual e à sua sensibilidade pessoal que o distanciavam das práticas teúrgicas, as criticasse vigorosamente porque, na sua opinião, perante a sua inutilidade e os perigos que os acompanhavam – sem subestimar a importância da descoberta da obra de Jacob Boehme (1575-1624) -, afirmando concepções próprias que se distinguem por uma abordagem essencialmente interior e orante.

As teses de Martines, embora profundamente cristianizadas e purificadas de seus erros teológicos nas Lições de Lyon (1774-1776), iluminam e operam sutilmente o desenvolvimento de um conhecimento superior, exercendo também uma influência crescente sobre os meios dispostos a receber novas luzes sobre questões de iniciação, e inspiraram confiável e diretamente a edificação doutrinal do sistema maçônico conhecido como REGIME ESCOCÊS RETIFICADO, que Jean Baptiste Willermoz (1730-1824) formalizou no Convento das Gálias em 1778, e no Convento de Wilhelmsbad em 1782.

Por tudo isso, Martines de Pasqually, um mestre paradoxal se ligarmos, pelas arestas, os pontos delicados e os elementos discutíveis de sua existência, merece, no entanto, um infinito respeito e um reconhecimento sincero de nossa parte, que é, aos olhos da História, justiça espiritual e verdade legítima.