Publicação original: Excerto extraído do Boletim do GEIMME nº 64, de dezembro de 2019.
O PROPÓSITO DO 4º GRAU DO RITO ESCOCÊS RETIFICADO
Só possuímos um grau superior e intermediário entre os três graus azuis e a Ordem Interior, denominada como já disse de Mestre Escocês de Santo André. Aqueles que o possuem adornam-se com um colar vermelho com verde e uma joia particular; é o único adorno ostensivo nas Lojas, exceto pelos Irmãos visitantes de outros regimes que adornam-se como melhor considerarem, sem distinção de grau entre nossos Mestres Escoceses; no entanto, não podem portar nenhum colar negro, já que todos os graus dos Eleitos com punhais e divisas estão expressamente proibidos.
Nosso escocismo substitui os graus referidos como “altos graus” em outros sistemas, inclusive o de R+. Porque pensamos que não é necessário uma série de 33 e muito menos de 90 graus para poder conhecer a essência fundamental da maçonaria; consideramos apenas estes graus, e os que os sucederão, como as pedras de um edifício que nunca se levantará; e não temos nenhuma dúvida de que foram criados por amor aos sistemas e distinções, pelo orgulho de dominação e pela ambição que nunca entrega suas joias de forma gratuita.
Nosso Mestre Escocês representa e põe em ação na sua recepção todas as grandes épocas históricas que aconteceram em torno do Templo de Salomão e a nação eleita: a destruição, sua reedificação e a segunda dedicação de um; o cativeiro, o retorno aos combates da outra; porque nunca perdemos de vista as revoluções deste Templo único, nem o grande emblema do Mestre Hiram; todos estes objetos são postos em cena ante os olhos do candidato por diversos tapetes, dos quais o último figura a passagem da antiga Lei para a nova Lei por Santo André, que deixa seu primeiro mestre João Batista para seguir invariavelmente a Jesus Cristo; aqui terminam os símbolos.” *
* O texto desta carta inédita de J.-B. Willermoz se encontra nos arquivos maçônicos da Biblioteca Nacional – Lojas de Lyon: Diretório Escocês, assinatura FM, fo 51-60. Foi publicado por Pierre Chevallier em “Louis Mathias de Barral, ancien éveque de Troyes, franc-maçon du Rite Ecossais Retifié, et un document inédit sur le Rite Ecossais Retifié (lettre de Jean-Baptiste Willermoz)”.
Louis Mathias de Barral, antigo Bispo de Troyes, foi iniciado como maçom na Loja “La Concorde de Sens” em 25 de outubro de 1777, e foi também membro do Rito Escocês Retificado. Era ativo na Loja La Bienfaisance de l’Egalité de Grenoble, onde seu Irmão, Joseph Marie de Barral, Marques de Montferrat era dignitário.
Parabéns pelo texto, muito esclarecedor.