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Oração e Caridade nº 22

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JEAN-BAPTISTE WILLERMOZ SOBRE A IGREJA DE ROMA
“A espiritualidade cristã não tem outra regra senão a de seguir o Cristo mestre.”
Santo Tomás de Aquino

JEAN-BAPTISTE WILLERMOZ SOBRE A IGREJA DE ROMA

“Recebi com verdadeiro prazer sua querida carta do dia 04 e suas observações sobre os rituais da Ordem Interior; são ditadas por visões tão sábias e tão desinteressadas que você não deve duvidar de que serão sempre bem acolhidas; portanto siga com elas, Querido Amigo, com confiança e franqueza, e esteja convencido de que não descuidaremos de nenhuma daquelas que poderão contribuir a uma utilidade mais geral, sem alterar essencialmente seu interior. Não ignoremos que vários membros da Ordem, talvez inclusos os mais dedicados, nos prestam visões que não temos, muitas, mas o que podemos fazer? Há que ter a valentia de manter a guarda. Lamentamos, por exemplo, que nos atribuam o desejo de uma união geral com a Igreja Romana; este projeto está muito longe de nossos pensamentos, e talvez possa estar mais longe ainda do meu em particular; esta união não proporcionaria a Ordem nenhum bem essencial, e teria grandes inconvenientes; seria desejável que a Ordem tivesse um chefe visível para a parte instrutiva e cientifica; seria necessário que fosse reconhecido como tal, que soubesse provar que o é, e que é digno de ser, mas não penso que seja em Roma que fosse necessário buscá-lo; esta corte está mais depravada que muitas outras; aqueles que se separaram dela para reformar os abusos e inovações que eram necessários, levados por suas paixões, chegaram a chocar-se com outros extremos, substituíram opiniões por verdades que não conheciam, a política às transformou em leis, e a verdade ficou isolada em meio a todas as comunhões cristãs que creram que a possuíam; ainda que não tenha professado publicamente de estar atado a comunhão romana, não pensaria menos que está, sem estar no mesmo centro, está muito mais perto das que são mais modernas; mas, uma vez mais, não é em Roma de onde andava buscando o verdadeiro sucessor de Pedro; julgue pois, como nem eu nem aqueles com quem me acostumei a pensar alto, poderíamos formar tal projeto de unir o Regime com o chefe visível de Roma. A moral de nossos Rituais exorta por todos os meios a fé cristã, e há uma tolerância reciproca entre todas as comunhões, sem mencionar nenhuma em particular; isso será devidamente observado, e o será cada vez que se quiser garantir toda prevenção lendo-os, mas enquanto lhes prestarem desígnios suspeitosos, serão julgados como tais, e depois rechaçados.”

 

Jean-Baptiste Willermoz a Bernard de Turckheim, carta (extrato) de 12 de julho de 1784.