O RER E O CRISTIANISMO
Extrato da Instrução Moral do Grau de Mestre Escocês de Santo André (Biblioteca pública de Lyon):
As leis maçônicas proíbem (1) expressamente no interior das Lojas toda discussão sobre assuntos de religião, política e de qualquer outra ciência profana. Esta regra é infinitamente sábia, pois nossas Lojas são, em qualquer lugar, escolas de moral religiosa, social e patriótica, nas quais se aprende a exercer a beneficência em toda sua extensão, e nunca são escolas de teologia, política, nem de qualquer outro assunto profano (2). Por outro lado, em vista da diversidade de opiniões humanas de todo gênero, nossas leis tiveram que proibir toda discussão que viesse a perturbar a paz, a união e a harmonia fraternal.
Supondo, inclusive, que o termo final da instituição maçônica visa dar, para aqueles que o alcançam, luzes suficientes para resolver com precisão as questões e discussões religiosas que poderiam surgir entre os Irmãos (se disto pudessem livrar-se…), onde estaria, nas Lojas Simbólicas, o tribunal suficientemente esclarecido para ajuizar suas decisões e fazê-las respeitar? (3) Sendo assim, repetimos, as leis que nos proíbem expressamente toda discussão sobre estes assuntos, são infinitamente sábias e devem ser rigorosamente observadas.
[…]
A Ordem, meu Querido Irmão, é essencialmente tolerante e não deseja nada mais além do que declarações livres. Considere como Irmãos todos os maçons que levam o nome de cristãos e não o desonram, independente da comunhão cristã a que pertençam.
[…]
Aqueles nossos Irmãos encarregados de vossa preparação em cada um dos graus precedentes, declaram sempre sobre vossa crença religiosa, considerada como a primeira garantia das virtudes maçônicas, das quais depende vosso progresso na Ordem. Isto que lhe foi dito privadamente, dizemos hoje em voz alta e sem nenhum mistério, porque chegou o momento de dizê-lo. Sim, a Ordem é cristã (4); deve sê-lo e não pode admitir em seu interior além de cristãos e homens dispostos a chegar a sê-lo de boa fé, aproveitando os conselhos fraternais que podem conduzi-los a esta finalidade…
Notas:
[1] Jamais deve-se ver um maçom retificado entrar neste tipo de discussão, plantadas por aqueles que as plantam;
[2] Efetivamente, não o são…
[3] Simplesmente não existem, e todo aquele que quer dogmatizar estes assuntos, acaba por afastar-se das sábias prescrições de nossos fundadores. Quem pode dizer que possui suficientemente luzes para dogmatizar a este respeito? Não pode ser outro além de um louco e um sectário;
[4] Que não haja dúvidas, a Ordem é cristã.
Todos estes discursos surgem quando alguém coloca em dúvida “o perfeito catolicismo” de nosso fundador e dedica-se a dogmatizar e a mudar os rituais.
Um conselho: nos tempos atuais, os dogmas estão dando lugar as boas novas de Jesus, em vez de ocultá-la. Nadar contra a corrente pode ser exaustivo… Agora, se a visão que pode-se ter da Maçonaria Retificada é a de uma seita onde há um guru “que é o único capaz de dizer o que está certo e errado”, ou o que é cristão ou não, ou alterando coisas convenientemente, parece ser louvável, mas isso já não será mais Maçonaria retificada e creio que tampouco poderá ser chamada “cristã”…