OS PERIGOS E A INTOLERÂNCIA DO CLERO ATUAL – por J. B. Willermoz
“Não podíamos ignorar esta classe que se tornou a mais intolerante, a mais obstinada em seu sistema e a mais perigosa, porque as vezes se gabam da sua ignorância. Os que a compõem, ousados e fortes em suas decisões, presunçosos nas suas reivindicações e dominados, talvez sem se dar conta, por um orgulho sacerdotal, que com frequência oprime o coração dos mais humildes, tendem a identificar sua pessoa com o caráter sagrado de que estão revestidos e fingem muito habilmente o tom e a linguagem desdenhosa de um necrotério teológico, do qual revela seu secreto ressentimento por ignorar o que é conhecido, respeitado e procurado por outros homens estimados, instruídos e muito religiosos.
Acabam abusando até quererem persuadir que tudo o que não é conhecido por eles ou pelos professores de seus primeiros estudos é falso e ilusório, e são uma série de erros e novidades perigosas contra as quais não se pode baixar a guarda. Esperemos que reconheçam seu erro e deixem suas funestas prevenções, que só podem privá-los para sempre do que foi a fortaleza e o conforto de seus predecessores no ministério sagrado que realizam.
Já temos dito o suficiente para justificar o conselho que demos no início deste artigo, o de estudar com sentido as tradições religiosas escritas e as mais secretas que não o são. Agora, voltemos aos meios pessoais deixados ao homem caído para poder alcançar o conhecimento tão necessário para ele de seu Deus e suas obras, e o não menos importante de todas as relações essenciais que o unem ao seu criador.”