Sello Oração E Caridade

Respeitável Loja de São João

Oração e Caridade nº 22

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O TRABALHO DO MAÇOM RETIFICADO

O texto que vou expor a seguir, embora seja um pouco longo, creio que deixa claro o que é o Trabalho Maçônico que se realiza nas Lojas.

Embora contenha algumas citações do Ritual de Aprendiz, espero que a benevolência dos meus Irmãos entenda que isto não é uma revelação dos segredos maçônicos, mas sim uma tentativa de dar a conhecer a cristandade da Maçonaria Retificada. Penso que isto nos convém agora que alguns autores anti-maçônicos estão tratando de dizer que a Maçonaria é satânica. (refiro-me a Ricardo de la Cierva), para que as pessoas vejam que não é assim e que vejam qual é o verdadeiro trabalho que se realiza nas Lojas.

Espero que nenhum maçom de outros ritos se considere insultado por algumas das declarações que o autor deste trabalho faz em relação à reforma andersoniana da Maçonaria, mas sim que sirva de reflexão para todo o mundo maçônico.

Espero também a benevolência dos Irmãos que desperdiçaram o seu valioso tempo traduzindo este escrito, e a do próprio Jean-François Var, pela divulgação que faço de seus trabalhos. Minha única intenção é que seu trabalho renda ainda mais frutos além do que já vem dando.

Uma vez feito estes esclarecimentos preliminares, passarei agora a fornecer-lhes o texto…

 

O TRABALHO DO MAÇOM RETIFICADO

Jean-François Var (08/01/1998)

O trabalho que realizamos na Loja é sagrado. É sagrado, pois é dedicado a Deus e realizado para Sua maior Glória.

Antes de prosseguir, gostaria de fazer-lhes ver a diferença essencial – quero dizer com isso, relativo à essência – que separa, mas que também une, o que é santo e o que é sagrado.

Somente Deus é Santo. Recordemos a denominação ritualmente dada ao Eterno nas Escrituras: “O Santo, bendito seja…”. E é desta maneira que os querubins o aclamam incessantemente na liturgia angélica: “Santo, Santo, Santo!”. Mas esta santidade, atributo exclusivo de Deus, pode ser partilhada por Ele, comunicada pela Sua Graça, àqueles que se entregam a Ele unindo-se a Ele. Por esta união, naqueles que adquirem, mais ou menos, as características divinas, sua humanidade também permanece, em maior ou menor grau, impregnada de Divindade; e o grau de santidade é o resultado do grau de união íntima com Deus. Sendo assim, os santos são aqueles que casaram-se com Deus. Portanto, a realização mais perfeita, o modelo mais acabado, é o da Santíssima Virgem Maria.

Na Antiga Aliança, não faltam santos que alcançaram a união espiritual com Deus. Mas depois da Nova Aliança, depois da Encarnação do Verbo, esta união já não é apenas espiritual, ela implica a totalidade do ser humano, corpo, alma e espírito; e ela se realiza pelo batismo. Retornaremos mais tarde a este assunto. É por esta razão que São Paulo nas suas Epístolas descreve como “santos” os membros batizados de uma ou mais das Igrejas às quais se dirige “os santos de Corinto”, “a todos os santos que estão em toda a Acaia”; às vezes especifica: “aos santificados (= feitos santos) em Cristo Jesus”(1).

A santidade implica, portanto, de alguma forma, uma identificação com Deus. A sacralidade é uma coisa totalmente diferente. O que é sagrado, seja material (objeto) ou imaterial (fórmula ou prática, geralmente ritualística), preserva a sua natureza, que não é alterada de forma alguma. O que muda é o seu uso, esse uso sendo reservado a Deus, e somente a Ele – ou aos deuses, e somente a eles, no caso das religiões idólatras. Esta exclusividade é muitas vezes traduzida por uma dedicação cerimonial, em virtude da qual o que é dedicado é oferecido a Deus que se torna seu único senhor e possuidor, e por isso é suprimido do mundo profano.

Em suma, poder-se-ia dizer: que o que é santo é de Deus, e o que é sagrado é para Deus.

Estamos então, como maçons, dedicados a Deus? Sim, e de uma vez por todas, estamos “irrevogavelmente” por nosso compromisso, que é um juramento. Agora, é necessário ter sempre em mente que “juramento” e “sacramento” são expressos em latim pela mesma palavra sacramentum, o que mostra que eles têm uma certa comunidade de natureza. Certamente, o juramento não é um sacramento, no sentido que este termo assumiu na Igreja Cristã, mas não tem menos valor sacramental, isto é, que Deus se encontra implicado nela. Se encontra implicado em primeiro lugar como testemunho (2) e depois como garante. Este compromisso está efetivamente assumido – e as palavras, estas palavras que não ouviremos mais, e tem aqui um valor pleno e completo – “na presença do Grande Arquiteto do Universo”. Deus recebe pessoalmente este juramento, é em pessoa o Garante daquilo que constitui verdadeiramente um compromisso com Deus. Por fidelidade ou, pelo contrário, por falta desse compromisso, recairá sobre quem o prestou. No primeiro caso a bênção divina e no segundo o castigo.

Este compromisso é feito sobre o Evangelho e a espada. “Prometo sobre o Santo Evangelho…”, diz o candidato, e une o gesto à palavra. Sua mão direita – aquela que compromete – é colocada nua sobre o Santo Evangelho e a espada. A mão não está suspensa no ar, mas em contato físico direto com um e outro. Vamos analisar isso um pouco.

O Evangelho, no Rito Escocês Retificado, não é um símbolo (“a Bíblia não é um emblema”) (3), é uma realidade. Uma realidade espiritual plasmada. Para os judeus, a Torá é uma presença física de Deus, é a personificação de sua Palavra. Para nós, os cristãos, é semelhante à especificidade de que esta Palavra, este Verbo de Deus, é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. O Evangelho é, portanto, uma forma de Encarnação do Verbo; ou para tornar as coisas mais tangíveis, é o Verbo Encarnado, o Cristo, fisicamente presente. Do ponto de vista substancial, existe uma equivalência absoluta entre a presença de Cristo no Evangelho e a presença de Cristo na Eucaristia. A maneira – ou, para usar um termo escolástico, a forma – difere, mas a substância é idêntica.

Está, portanto, na união com Cristo, não só espiritualmente, mas fisicamente, através do contato da nossa mão com a sua Presença, que contraímos nosso compromisso. Adesão que exige e compromisso que sela a “fidelidade à santa religião cristã” (4) e a todas as verdades que ela ensina, ocupando em primeiro lugar a Encarnação do Verbo, proclamado – e com que esplendor! – no Prólogo do Evangelho de São João, no qual assumimos o nosso compromisso.

Mas o Prólogo não está desvinculado do resto do Evangelho, e particularmente daquela parte em que São João, o Teólogo – como o chamam os Ortodoxos, porque foi ele quem penetrou mais profundamente no coração do Mistério da Divindade -, ele dá testemunho da Divina Trindade, o Cristo, o Verbo encarnado, o Pai, de quem procede, e o Espírito Santo, o Paráclito, que Ele comunica.

Daí estas formulações que todos vocês conhecem: “o Evangelho é a Lei do Maçom” (5); “o Evangelho é a base das nossas obrigações, se deixasses de crer nele, deixarias de ser maçom” (6); “Prostra-te diante do Verbo encarnado. (…) Professa em toda parte a divina religião de Cristo”. (ibid.)

Gostaria agora de destacar um detalhe particularmente interessante. A mão direita é colocada tanto sobre o Evangelho quanto sobre a espada. Isto mostra que a adesão a Cristo é simultaneamente imediata e mediata, ou seja: próxima a uma coisa, mas encontrando outra interposta entre as duas; ela se opera de duas maneiras: pelo contato direto com a Verdade – com “Aquele que é a própria Verdade” (7) – e pela mediação de um símbolo, já que a espada, diferentemente do Evangelho, é um símbolo. Mas símbolo de quê? A espada “significa a força da fé na Palavra da Verdade” (8). Em outras palavras, simboliza essa adesão sem restrições ou reservas que constitui a substância do juramento.

Repetimos. O juramento é um compromisso sagrado. Em um compromisso, um é dois. Aqui ambos estão presentes: o Evangelho é, realmente, a Palavra da Verdade; A espada é, simbolicamente, aquele que tem fé na Palavra da Verdade, “com todas as suas forças, com todo o seu coração e com todo o seu espírito”. (O que implica, aliás, que se esta espada não for a mesma do candidato e não lhe pertencer, então este símbolo está vazio de conteúdo).

Percebamos um fato importante: a ausência em tudo isto de qualquer referência maçônica e a ausência de qualquer símbolo maçônico. As ferramentas simbólicas maçônicas por excelência como o esquadro e o compasso – aos quais devemos acrescentar a trolha – estão bem presentes no altar, mas bem ao lado dele. Eles não se interpõem entre a mão e o Evangelho – ou Bíblia – ao contrário do que acontece em todos os outros ritos sem exceção. Nos Ritos continentais, como por exemplo o Rito Francês ou o Rito Escocês Antigo e Aceito, o juramento é feito no Prólogo do Evangelho de São João, enquanto nos ritos ingleses (Emulação e outros) é feito sobre a Bíblia aberta no sétimo capítulo do primeiro Livro de Reis, relativo à construção do Templo por Salomão; mas, em todos estes casos, sobre o Livro Santo são colocados o esquadro e o compasso, e é sobre tudo isto que repousa a mão do candidato. No Rito Escocês Retificado, não. Poder-se-ia deduzir disto, para tirar a lição desta diferença que não é anódina, mas muito pelo contrário, de importância capital, poderia deduzir-se, que nos outros Ritos a Franco-Maçonaria é a intermediária entre quem compromete-se e Deus, e a Franco-Maçonaria é o instrumento deste juramento. No Rito Escocês Retificado, não. O único intermediário é a fé daquele que se compromete, à qual a este propósito acrescenta a instrução moral, como continuação da fórmula já citada, esta precisão está totalmente em sintonia com São Paulo: (a fé) “sem a qual, somente a Lei não saberia conduzir o maçom à verdadeira Luz” (9).

No nosso Rito, a Maçonaria não é a intermediação necessária que reúne o homem com Deus; mas é a consequência que resulta da adesão íntima prévia do homem com Cristo. E isto muda tudo.

Fomos, portanto, consagrados “irrevogavelmente” (10) a Deus como maçons, isto é, pelos trabalhos que vamos realizar como tais. Esta consagração é renovada, a cada abertura dos referidos trabalhos, pela oração, que de alguma forma constitui o memorial: esta oração não é que opere em cada ocasião dita ‘consagração’, ela é feita em uma ocasião e serve para sempre, mas, por assim dizer, a oração reativa o efeito na consciência daqueles que vão entregar-se a estes trabalhos: “Grande Arquiteto do Universo, Ser Eterno e Infinito, Tu que és a Bondade, a Justiça e a Verdade” – lembremos que Cristo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” -, “oh Tu que pela tua Palavra toda poderosa e invencível deu ao ser tudo o que existe” – alusão inequívoca ao Verbo Criador – (…) abençoe e dirija Tu mesmo os nossos trabalhos da Ordem e os nossos em particular”.

O mestre dos trabalhos, nosso único Mestre, é portanto o Cristo, e é por isso que os trabalhos são sagradas, não podem ser de outra forma. Antes de definir estes trabalhos, gostaria de fazer algumas reflexões marginais.

Em primeiro lugar, quero alertá-los contra o que se tornou um verdadeiro tique de linguagem maçônica. Os maçons falam muito sem refletir. Você já deve ter ouvido muitos deles encherem a boca com fórmulas como: “criar o espaço sagrado” ou “criar o tempo sagrado”. Não é que as noções de espaço e tempo sagrados sejam totalmente falsas, uma vez que, em princípio, o Maçom de tradição sempre trabalha “para a Glória do Grande Arquiteto do Universo”. Mas tem que render-se às evidências. Para a maioria deles, essa menção nada mais é do que uma simples fórmula de elogio, por assim dizer. E do que eles estão convencidos (e repito, sem ter verdadeiramente consciência disto, o que é uma circunstância agravante), é que por meio dos ritos de abertura da Loja, os maçons seriam capazes, como dizem, por uma fórmula mágica, de criar o sagrado ou algo de sagrado. Este é um estado de espírito extremamente pernicioso, para não dizer sacrílego, e as expressões que o traduzem devem, portanto, ser vigorosa e definitivamente proscritas.

Estas expressões devem ser proscritas porque estão em completa ruptura com a tradição maçônica, tradição à qual o Rito Escocês Retificado permaneceu fiel, enquanto outros se desviaram pouco ou muito.

Para provar o que acabo de afirmar, tomarei dois exemplos, não é minha intenção entregar-me agora, se me permitem o neologismo, à “ritualografia” comparativa. E para dar um pouco mais de peso às minhas palavras, tomarei emprestados estes exemplos do Rito mais distante do nosso em sua estrutura e formulação, eu o denomino de Rito Inglês, praticado na França em sua versão de Emulação (mas os demais diferem dele apenas nos detalhes).

No decorrer da cerimônia denominada precisamente de “consagração” de uma Loja, e que reproduz mutatis mutandis a consagração por Salomão do Templo de Jerusalém conforme relatado nas Escrituras, o que dizem o Grão-Mestre e seus dois assistentes?: “Consagramos esta Loja a Deus e ao seu serviço”.

Da mesma forma, e em termos quase idênticos, a oração prévia à Cerimônia de Iniciação do grau de Aprendiz, do Rito da Emulação, começa assim:

“Digna-te, Pai Todo-Poderoso, Mestre Supremo do Universo, a estender sua proteção sobre nossos trabalhos, e conceda a este candidato a franco- maçom a dedicar-se e consagrar sua vida ao teu serviço, para que se torne um Irmão leal e fiel entre nós. Fortalece-o com uma parte de tua Divina Sabedoria, etc.”

Nada mais claro. E é tão claro que o Rito Escocês Retificado não é a exceção à regra que tantos Irmãos mal-intencionados – dito de outra forma: falsos Irmãos – gostariam que assim fosse. O Rito Escocês Retificado está em linha reta (“retificada”, poderíamos dizer) com a tradição. Não inovou nada em relação a ela: simplesmente levou-a ao extremo da sua lógica interna. Isso quer dizer que com ele, com o Retificado, a tradição é mais pura e mais radical.

Quanto ao tema – recorrente na Maçonaria – das “três grandes luzes”. No costume inglês atual – que não quero chamar de tradição porque, pelo contrário, se afasta dela – as três Grandes Luzes da Maçonaria são a Bíblia, o Esquadro e o Compasso. A Bíblia se encontra então, e o ritual o diz expressamente, reduzida à condição de símbolo, o qual nosso Rito rejeita, como já temos visto. Esta concepção das três Grandes Luzes contaminou toda a Maçonaria Francesa, não porque o Rito de Emulação seja em si um rito dominador e expansionista, mas simplesmente porque é a base do ritual da Grande Loja praticado pela “regularidade inglesa”. E cada um de nós deve adaptar-se a este modelo.

Ora, esta tríade – Bíblia, Esquadro e Compasso – é totalmente estranha à tríade em curso, não só na tradição francesa, mas também na primeira tradição inglesa (11), onde as três grandes luzes são: o Sol, a Lua e o Mestre da Loja. É exatamente isso que podemos encontrar no catecismo para o grau de Aprendiz (12):

P. O que percebeste quando lhe foi dada a Luz?
R. Três grandes luzes.

P. O que significam estas três grandes luzes?
R. O sol, a lua e o Venerável Mestre.

Então, a tradição. Mas a seguir, vamos dar um passo adiante.

P. Que relação existe entre o sol, a lua e o Venerável Mestre?
R. Assim como o sol ilumina o mundo durante o dia e a lua durante a noite, da mesma forma o Venerável Mestre também ilumina, sem cessar, a Loja com suas luzes. (ibid.)

Não estamos, portanto, no mundo cosmológico, ao contrário do Rito Inglês, onde o Venerável Mestre é colocado em relação com o sol e os Vigilantes com a lua. A luz que emana do Mestre da Loja é uma luz espiritual perpétua. É isso que nos evoca este momento da iniciação em que se diz:

“Irmão Aprendiz, a luz é inalterável, não cessou nem um instante de brilhar em todo o seu esplendor. Unicamente vós estais nas trevas.” (13).

É aí que começa a nos por sobre o Caminho. Com o diálogo que se segue, entramos plenamente nele:

P. O que mais haveis percebido?
R. Um candelabro de três braços sobre o Altar do Oriente.

P. Ao que faz alusão?
R. Ao triplo poder que ordena e governa o mundo e que é expressado nas Lojas pelo Venerável Mestre e pelos dois Vigilantes. (14)

Em suma, a tradição e nada mais que a tradição – neste caso toda a tradição cristã. Edmond Mazet demonstrou num estudo notável, tão brilhante quanto documentado (15) que:

“A tríade do Sol, da Lua e do Mestre da Loja tem a missão, na Maçonaria, de manifestar que a Ordem Maçônica, e particularmente a pessoa do Mestre da Loja, depositário da autoridade e da tradição, participa fundamentalmente da tríplice obra do Verbo Criador, Iluminador e Salvador”.

Está muito claro. Mas é preciso ir mais além e é isso que faz o nosso Rito. Pois Jesus disse: “As coisas que eu vos digo, não falo em meu próprio nome. E o Pai, permanecendo em mim, faz as suas próprias obras.” (16) Esta passagem sendo incluída, no mesmo capítulo em que Jesus proclama: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (17) e naquele em que anuncia o envio do Espírito Santo (18). E também disse: “Temos que fazer as obras daquele que me enviou (…). Eu sou a luz do mundo” (19).

O Verbo, em suas obras, não pode ser dissociada do Pai e do Espírito. E a “luz de Cristo”, Lumen Christi, é a epifania da Trindade.

Consequentemente, no Rito Escocês Retificado, não é que tenhamos três luzes, temos uma luz tripla, ou melhor ainda, trina, a luz da Divina Trindade: presente no Santo Evangelho; simbolizada pelo candelabro de três braços sobre o altar do Oriente; simbolizada também pelas três tochas que rodeiam o tapete da Loja e que representam a Trindade, que continuamente, cria, forma e sustenta o universo em sua constituição triádica. Tal é a Luz que “nos ilumina em nossos trabalhos” (20).

Então, quais são estes trabalhos? Uma análise do primeiro trabalho confiado ao novo aprendiz, a saber, “trabalhar sobre a pedra bruta” (21), dar-nos-á uma ideia suficiente.

Esta pedra bruta, diz-se (ibid.), é “um verdadeiro emblema de você mesmo”. Em outro lugar é especificado (22): “Esta pedra bruta é o emblema do Aprendiz Maçom que (…) começa a conhecer-se (…) e reconhece a urgente necessidade de trabalhar seriamente em melhorar todo o seu ser.”

De qualquer forma, mais adiante, é revelado o objetivo final deste trabalho:

P. O que significa a pedra bruta?
R. É o verdadeiro símbolo do Aprendiz e do trabalho que ele deve realizar sobre si mesmo, para alcançar a verdadeira luz. (23)

Toda a Maçonaria atribui o autoaperfeiçoamento como objetivo. Mas estamos muito longe aqui, muito acima da simples aquisição de conhecimentos ou mesmo de virtudes em que outros sistemas fazem consistir este aperfeiçoamento. No nosso caso, trata-se nem mais nem menos do que tornar-se digno de Cristo. A obra a realizar não é, portanto, nem intelectual nem moral – ou se é, o é de forma subordinada e secundária -; ela é de natureza espiritual. Ousaríamos dizer que: é uma obra “em espírito e em verdade”.

As etapas a seguir são claramente indicadas pelo Venerável Mestre na última ocasião em que se dirige ao Aprendiz, uma vez terminada a sua Cerimônia de Recepção (24). Tem que:

  • “Desbastar” esta pedra bruta que é você mesmo;
  • “Poli-la”;
  • “Descobrir a bela forma de que é suscetível” (= capaz de assumir), ou seja, dar-lhe a forma que deve ser sua, que lhe é (pré)destinada, e esta forma é bela;
  • Forma “sem a qual seria rejeitada da construção do Templo que elevamos ao Grande Arquiteto do Universo”.

Quanto aos autores cristãos, veremos que uma infinidade de textos evocam o que, ao longo dos anos, tornou-se um lugar-comum da literatura “edificante” (em todos os sentidos do termo). O mais antigo destes autores, o Pastor de Hermas, apenas cem anos depois da vida terrena de Cristo (ou seja, de meados do século II), dá um desenvolvimento surpreendente a esta assimilação dos homens às pedras que devem encontrar a sua justa forma para ocupar o seu lugar no edifício que eleva o Cristo. Deste florilégio extrairei apenas um texto, que é litúrgico. É um hino às vésperas da dedicação de uma igreja, datado do século VIII. Diz assim:

“Celeste Vila de Jerusalém, feliz visão de paz, que, elevada com pedras vivas, te diriges até as estrelas (…). Talhadas pelo cinzel salvador e polidas a repetidos golpes pelo malhete do Obreiro são as pedras que compõem este edifício; Juntas, intimamente unidas, elas elevam-se até a cima.”

Tudo isto tem a sua origem nesta passagem bem conhecida e frequentemente citada da primeira epístola de São Pedro:

“Também vós, como pedras vivas, sois edificados na casa espiritual para um santo sacerdócio, para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por meio de Jesus Cristo” (25).

É deste mesmo trabalho de edificação espiritual que trata o nosso ritual. E ressaltemos que este trabalho rejeita qualquer transposição por analogia com práticas operativas. Bastará uma simples observação sensata: tente polir uma pedra bruta com golpes de malhete e sem cinzel. É completamente impossível. Esta é uma característica geral do Rito Escocês Retificado: a ausência de qualquer referência, mesmo comemorativa, às práticas operativas. Em nossas Lojas não existem estas pedras brutas, pedras cúbicas, macetes, cinzéis, alavancas, martelos, que decoram – alguns diriam: atestam – as Lojas do Rito Francês, que se, como dizem, são tão parecidas com as nossas, o serão em outros aspectos.

A Obra ao qual o Maçom Retificado é convidado a entregar-se é espiritual e é anunciado como tal. Eu diria inclusive que é místico. O termo aparece pelo menos uma vez. Para a pergunta: “O que representa a Loja?”, a resposta é: “O Templo de Salomão reconstruído misticamente pelos franco-maçons.” (26).

Um pouco mais adiante, podemos ler:

“Por que o Templo de Salomão serve de emblema para os franco- maçons?” – Para lembrá-los de que devem elevar em seus corações um Templo à virtude, com o mesmo grau de perfeição que foi alcançado por aquele construído por Salomão para a Glória do Grande Arquiteto do Universo” (27).

Reconstruir misticamente em nossos corações um templo perfeito para a glória do Grande Arquiteto do Universo, o que isso significa?

Vamos reunir várias propostas:

“Descobrir a bela forma de que é suscetível”; “o trabalho que deve fazer sobre si mesmo para tornar-se digno da Verdadeira Luz”; a primeira máxima: “O homem é a imagem imortal de Deus; mas quem pode reconhecê-la se ele mesmo a desfigura?”, a explicação de Adhuc Stat: “O homem está degradado, mas lhe restam meios suficientes para retornar ao seu estado original, e que o maçom deve aprender a utilizar” (28); por fim, este comentário sobre o avental: “Esta luz” – luz da qual acaba de ser dito que “é representada pelo candelabro de três braços (…) como o emblema do triplo poder do Grande Arquiteto do Universo”: luz divina, consequentemente, e mais especificamente luz divina trinitária -; “esta luz”, então, “é a primeira vestimenta da alma, a vestimenta que te foi dada (referindo-se ao avental) não é mais do que sua representação e sua brancura designa nela a pureza” (29). Todo este conjunto de propostas nos diz o que consiste “tornar-se digno da Verdadeira Luz”. É recordar a luz divina com a qual o homem estava originalmente revestido. “Reconstruir misticamente um templo perfeito” é outra maneira de falar para designar a mesma obra. E podemos compreender agora que esta obra é efetivamente sagrada, e assim o é porque é o próprio Cristo quem a dirige.

Foi dito a pouco que o maçom deve aprender a empregar os “meios suficientes” que lhe restam. Quais são estes meios? Estas são expostas na explicação que lhe foi dada quando os três golpes dados pelo Aprendiz no decorrer do seu primeiro trabalho: “A bateria de três golpes desiguais com os quais você iniciou este trabalho lhe indica os meios de fazê-lo com resultados. Os dois primeiros golpes precipitados indicam a Lei da natureza que foi dada ao homem para dirigir-lhe nos primeiros tempos do mundo e a Lei escrita que foi dada a Moisés sobre o Monte Sinai para o segundo tempo. Mas o último golpe separado indica a perfeição da Lei da Graça para o terceiro, e a força que resulta para o cristão da reunião dos três e do cumprimento dos dois primeiros” (30). Fórmula absolutamente relevante que mereceria longas exegeses.

Lei natural, lei de Moisés, lei da graça. A aplicação à Maçonaria destas etapas sucessivas da História Sagrada não é exclusiva do Rito Retificado. Publiquei há pouco tempo, em uma publicação que alguns de vocês conhecerão (Cahier Vert nº 13), a tradução, pela primeira vez em francês, a partir de trechos de uma obra inglesa de 1775, portanto contemporânea do início do Retificado. Esta obra intitulado The Spirit of Masonry é de autoria de William Hutchinson, absolutamente esquecido em nossos dias e que, no entanto, gozou em seu tempo de excelente reputação. Acrescentemos que seu livro apareceu revestido com a aprovação oficial de todas as autoridades da Grande Loja de Londres (a dos Modernos), incluindo a do Grão-Mestre. Pois bem, podemos encontrar uma concepção absolutamente paralela. Falando dos três graus ou “estados” – que ele também chama de “ordens” – de Aprendiz, Companheiro e Mestre, escreve: “O conhecimento de Deus e da Natureza constitui o primeiro estado de nossa profissão; o culto de Deus sob a lei judaica é descrita no segundo grau da Maçonaria; e a revelação cristã aparece na última e suprema Ordem” (32). E prossegue, a respeito das três “luminárias” (tochas): “Nossas três luzes nos mostram os três graus da Maçonaria, o conhecimento e o culto de Deus da natureza na inocência do Éden; o culto divino sob a lei mosaica, uma vez libertada da idolatria; e a revelação cristã: Inclusive, vistas de outra forma, nossas luzes são uma espécie da Santíssima Trindade” (33).

Incrível, não é? E alguns ainda ousarão sustentar, depois disso, que a Maçonaria retificada é “atípica”!

Mas voltemos à sucessão: lei natural, lei de Moisés, lei da graça. Estas três leis, que não se abolem uma à outra, mas cada uma se cumpre na seguinte, estão marcadas cada uma delas por uma aliança: a aliança com Noé, que Anderson, depois que numerosos autores religiosos (principalmente medievais, tanto cristãos quanto judeus) chamaram de “noaísmo”; a aliança com Moisés, descrita pelos cristãos como a Antiga Aliança (é o sentido do “Antigo Testamento”); e, finalmente, a “Nova e Eterna Aliança”, para voltar aos termos do Cânon Eucarístico.

Cada uma destas leis e destas alianças corresponde a um Templo: a primeira, ao templo cósmico ou templo universal; o segundo, o Templo do Senhor (Templum Domini) ou Templo do Deus Único; e finalmente chega ao Templo por excelência, o Templo do Deus Tri-Único, cuja característica absolutamente inconcebível à razão humana é que o Templo do Senhor não é outro senão o próprio Senhor, e o homem que se conforma Nele e se une a Ele, e nele que Deus estabelece sua morada.

A Maçonaria, durante o primeiro período da sua história, baseou-se nas três leis, nas três alianças e nos três templos. Quase dois séculos depois, reconhece apenas as duas primeiras das três leis, as duas primeiras das três alianças, os dois primeiros destes três templos. Esperando, quem sabe, não reconhecer nenhum deles – afinal, uma parte nada insignificante já o fez, por que não a totalidade? -. Tudo isto é uma regressão manifesta, para não dizer uma transgressão. A menos que seja feita uma exceção – uma exceção incômoda e irritante – do Rito Escocês Retificado, bem como de nossos “primos Irmãos”, os Ritos Sueco e de Zinnendorf, fiéis como os nossos à pura tradição cristã.

Visto que, embora seja verdade que o objetivo da iniciação seja edificar um templo no qual o Senhor venha a fazer sua morada, a iniciação perfeita e sem contestação é a iniciação cristã.

E acrescentarei isto. O modelo perfeito da iniciação cristã é Maria. Maria, o primeiro ser humano no mundo que a Divina Trindade toma como morada, o primeiro templo vivo do Deus vivo. Maria, mãe adotiva de São João, de quem faz uma antiga lenda, não só o padroeiro dos maçons, juntamente com São João Batista, mas também um dos seus primeiros Mestres: encontram-se vestígios disso na menção do catecismo do Aprendiz, segundo o qual ele (São João) “reuniu os obreiros que estavam dispersos” (34). Maria, que é também nossa mãe, tanto como maçons e como filhos de Deus. Somos “filhos da viúva” porque somos “filhos de Maria”.

Gostaria, a respeito de tudo isso, de ler alguns trechos de um admirável sermão de São Bernardo “para a consagração da Igreja”. Diz assim:

“1. Era uma vez um rei glorioso, um profeta do Senhor, um santo, Davi, foi comovido por este pensamento piedoso: era indigno que o Senhor dos Exércitos ainda não tivesse residência sobre a terra quando ele próprio habitava uma mansão digna da majestade real (35). Isto, meus Irmãos, é o que deve também preocupar-nos num pensamento de fé e que devemos igualmente nos esforçar para colocá-lo em prática. O fato de que, tendo sido este pensamento do Profeta agradável ao Senhor, no entanto, sua realização fora reservada a Salomão, por motivos que demorariam muito para serem explicadas agora. Para ti, óh alma minha, tu habitas certamente nesta casa elevada, que o próprio Deus construiu para ti. É do teu corpo que quero falar: ele foi reunido, moldado, decorado e ordenado de tal forma que tu o habitas dignamente e com alegria. E para teu corpo, ele fez uma casa elevada, muito bem disposta e bela; quero falar-lhes deste mundo sensível e habitável. Não achas que seria inconveniente se, depois de ter construído uma casa para ti, não sonhasse em edificar um templo para ele? (…).”

“2. Mas nós, o que pensamos, meus Irmãos? Onde se encontra o lugar deste edifício e quem será o arquiteto? Já que este tempo visível foi feito para nós, para que nele habitemos; o Altíssimo não habita em edifícios construídos pela mão do homem. Que templo edificaremos a aquele que tem dito e o diz com verdade: Porventura, não encho eu o céu e a terra? (36). Estaria totalmente perturbado e meu espírito ficaria ansioso se não ouvisse Cristo dizer: ‘Se alguém me ama, guardará minha doutrina, e meu Pai o amará, e viremos a ele, e nele faremos morada’ (37). Pois agora sei, onde devo preparar-lhe uma morada, pois só poderá ser recebido por aquele que é sua imagem. A alma que foi criada à sua imagem é capaz de contê-lo. É por isso que se apresse, Sião, orne teu recinto; já que o Senhor cumpriu-se em ti, e tua terra será habitada. Alegra-te, filha de Sião! Teu Deus habitará em ti! Diga com Maria: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra (38). Diga novamente, tomando as palavras de Santa Isabel: E de onde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? (39). Quão grande é a bondade de Deus, a sua condescendência! Qual será a dignidade, a glória das almas, para que o Senhor de todas as coisas, sem necessidade alguma, lhes peça que sirvam de templo!”

“3. É por esta razão, meus Irmãos, com grande desejo e uma digna ação de graças, dediquemo-nos em edificar um templo dentro de nós mesmos, tomando cuidado: primeiro que habite em cada um de nós, então o faça em todos ao mesmo tempo; já que não despreza residir nem em cada um, nem em todos. Portanto, em primeiro lugar, que cada um se esforce para não dispersar-se para fora de si mesmo; pois que todo reino que se divide será desolado, toda casa dividida contra si mesma não poderá subsistir (40); O Cristo não entrará numa casa cujos muros se abram e cujos frontões pendem. (…)”

“Que a alma veja então, se ela deseja que Cristo habite pela fé em seu coração, isto é, nela mesma. (…)

“4. Mas mesmo que cada um se comporte assim, ainda assim é necessário que estejamos todos Juntos e cimentados pela caridade natural que é o laço da perfeição (41). (…)

“A morada que ele estiver será, portanto, construída e constituída com solidez porque nela deverá habitar sempre.”

(São Bernardo, IIº sermão para a consagração de uma igreja).

Minha conclusão será na forma de uma advertência, e uma advertência grave e solene. Tudo isto – este trabalho de iniciação – que acabo de descrever é impossível sem o batismo, que realiza a conformidade total com Cristo pela incorporação de Cristo.

No antigo ritual batismal, se diz: “Que a natureza humana criada à tua imagem e restabelecida à dignidade de sua origem e à tua semelhança, seja aqui purificada de toda mancha da antiga decadência, para que todo homem que acesse este sacramento da regeneração renasça para a nova infância da verdadeira inocência”.

E mais tarde: “Que você seja marcado com o sinal da cruz. Receba a fé que ensina os mandamentos de Cristo e converta-te por teu exemplo de vida na morada do Espírito Santo”.

Guarda-te de pensar que este resultado pode ser alcançado apenas pela iniciação. Cuidado ao substituir a iniciação pelo batismo. Seria uma profanação duplamente sacrílega: no que diz respeito ao Evangelho, que é a “lei do maçom”, e no que diz respeito à própria iniciação.

Certamente existem iniciações de todos os tipos, que J. B. Willermoz, em seu tempo, já havia inventariado. Algumas delas são perniciosas, maléficas, poderíamos até dizer satânicas; outros são simplesmente estranhas, anormais; as menos inofensivas são aquelas que são nulas, inoperantes. Mas a única verdadeira iniciação – neste caso a nossa – não pode operar a menos que seja com o Cristo. Ela requer dois elementos indispensáveis: a presença ativa de Cristo e a fé que nos faz agir com Cristo. A presença de Cristo é o Evangelho, a fé é a espada – e nos vemos aqui levados ao nosso ponto de partida – ambas são necessárias. A iniciação se realiza pela cooperação ativa do iniciado: cada um de nós, com o Iniciador: o Cristo.

Tornar-se em pedra viva do Templo vivo é incorporar-se misticamente ao Corpo de Cristo, Corpus Christi. Agora, o que é o Corpo místico de Cristo (Corpus mysticum Christi)? A Igreja. A verdadeira Maçonaria constrói a Igreja.

A iniciação coopera com o sacramento, ela baixa as barreiras das paixões, abre caminho para que o sacramento atue sem nada que se oponha a ela. A iniciação faz de nós uma taça para ser cheia até a borda com o vinho do amor e do conhecimento de Deus. Ela escava em nós uma Igreja interior, ou uma simples gruta, um estábulo onde, pela graça do sacramento que responde à verdadeira força do nosso desejo, Cristo nascerá, depois crescerá até nos preencher completamente, assim como uma vez a Glória do Eterno no Templo de Jerusalém, se conformou conosco porque nos conformamos a Ele, “até que nos encontremos todos (…) no homem perfeito, na medida da idade da plenitude de Cristo” (42).

A iniciação é dirigida apenas aos “homens de desejo”. Homem de desejo, vir desiderorium (segundo a Vulgata), expressão enigmática que só se encontra no profeta Daniel, em três lugares (43), recebeu tantas traduções como versões da Bíblia: homem favorecido de Deus, homem predileto, bem-amado, desejável… (este é o sentido do hebraico). Atenhamo-nos a esta fórmula, recebida de Martinez de Pasqually (apesar do hebraico). Fórmula capital para o Regime Escocês Retificado, como foi para Willermoz e Saint-Martin. Fórmula tão rica que prevalece, não por despeito, mas pela sua própria ambiguidade.

O desejo em questão evidentemente não é um desejo mundano, decorrente da concupiscência, mas antes é o desejo de Deus. Agora, “o desejo de Deus”, leia em ambos os sentidos: desejo provado por Deus, mas também desejo provado para Deus. O homem de desejo é o homem que deseja Deus, e é também o homem que Deus deseja. Em todo caso, todo homem é desejado por Deus, objeto do “favor” da dileção divina.

“Este é o meu filho bem-amado, em quem depositei todos os meus favores”: estas palavras designam não só o Filho, mas também todo homem que, através do Espírito Santo e em Cristo, exclama: “Abba! Pai!”.

Quando o desejo de Deus pelo homem responde ao desejo do homem por Deus, Deus não resiste: Ele vem! E então é Natal…

E – para agradar-me – terminarei com meu querido Saint-Martin. E evidentemente o farei me aprofundando, justamente, em seu livro O Homem do Desejo. As passagens a seguir, não as escolhi, foram-me dadas. Ouça-as com os ouvidos de vosso coração:

“Homem, o sentimento de tuas necessidades espirituais te induz a esperança e ao desejo, que é uma fé inicial; o sentimento do espírito e da verdadeira natureza, traz-te a fé, que é uma esperança completa, o sentimento de Deus-homem e reparador, traz-te o amor e a caridade, que são a ação viva e visível da esperança da fé.” (44)

E também:

“Homem de desejo, esforce-se para alcançar a montanha da bênção, faça renascer em ti a verdadeira palavra (…). Todas as regiões regeneradas na palavra e na Luz, elevarão como tu sua voz aos Céus; não existirá mais que um só som que será ouvido para sempre, e esse som é este: O ETERNO, O ETERNO, O ETERNO, O ETERNO, O ETERNO, O ETERNO, O ETERNO.” (45)

 

1. Iª Epístola aos Coríntios I,2.
2. Instrução Moral, pág. 111, Regra Maçônica, IXº-II, pág 132.
3. Instrução por perguntas e respostas, pág. 120.
4. Ritual de Aprendiz, pág. 81.
5. Instrução Moral, pág. 111.
6. Regra Maçônica, Artº Iº-II, pág. 126.
7. Ritual de Aprendiz, pág. 80.
8. Instrução Moral, pág. 111.
9. Instrução Moral, pág. 111.
10. Instrução Moral, pág. 69.
11. Cf. Masonry Dissected de Prichard, 1730.
12. Instrução por perguntas e respostas, pág. 119.
13. Ritual de Aprendiz, pág. 85.
14. Instrução por perguntas e respostas, pág. 119.
15. O sol, a lua e o Mestre da Loja. Trabalhos da Loja de Estudos Villard de Honnecourt, nº 12, 1986 – pág. 123.
16. João, 14:10.
17. João, 14:06.
18. João, 14:26.
19. João, 9:4-5.
20. Ritual de Aprendiz, pág. 104.
21. Ritual de Aprendiz, pág. 94.
22. Instrução Moral, pág. 114.
23. Instrução por perguntas e respostas, pág. 120.
24. Ritual de Aprendiz, pág. 94.
25. 1 Pedro, 2:5.
26. Instrução por perguntas e respostas, pág. 116.
27. Instrução por perguntas e respostas, pág. 122.
28. Instrução por perguntas e respostas, pág. 122.
29. Instrução Moral, pág. 113.
30. Instrução Moral, pág. 114.
31. Em 1993.
32. Pág. 119.
33. Pág. 121.
34. Instrução por perguntas e respostas, pág. 116.
35. II Reis, 7:2; I Par., 17:1.
36. Jeremias, 23:24.
37. João, 14:23.
38. Lucas, I:38.
39. Lucas, I:43.
40. Mateus, 12:25.
41. Colossenses, 3:14.
42. Efésios, 4:13.
43. Capítulos IX e X.
44. Canto 121.
45. Canto 300.