(Extraído do prólogo do livro O Esoterismo do Grau de Mestre Escocês de Santo André no Rito Escocês Retificado, de Roland Bermas.)
DEFINIÇÃO DE ESOTERISMO
Porque falamos de esoterismo?
Este termo tem tomado em nossos dias múltiplos sentidos. É preciso entender que, nesta obra, o sentido dado pela palavra grega que lhe deu origem, esoterikos, designa aquilo que vem do interior, de dentro. Esta expressão, originalmente, qualificava o que era transmitido através da tradição oral, de mestre a discípulo, ou ao menos a um número restrito de indivíduos escolhidos por suas capacidades naturais para compreender verdadeiramente o conteúdo do ensino. Há aqui uma rejeição da vulgarização, rejeição que é firmemente apontada pelo evangelho que nos diz “Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão”. (Mt, 7:6) e “Não fales aos ouvidos do insensato, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” (Pv, 23:9). Isto torna-se particularmente verdade em nossos dias, quando se trata de caminhos espirituais fortemente afastadas do materialismo que flutua no ambiente e que René Guenon chama, com razão, ‘o reino da quantidade’. Este esoterismo do qual falamos sempre existiu, e é claramente mencionado, no ensino cristão, por Clemente de Alexandria (160-220 d.C.) em seu Stromata, e por Orígenes (185-254 d.C.) em seu Contra Celso, etc.