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Oração e Caridade nº 22

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desde seu “Despertar” até sua “Refundação histórica” - Grand Directoire des Gaules

A INICIAÇÃO CRISTÃ – por Jean-Baptiste Willermoz

A iniciação instrui o Homem de Desejo sobre a origem e formação do universo físico, sobre o seu destino e a eventual causa da sua criação, em determinado momento e não em outro…

O HOMEM REVESTIDO DE UM CORPO DE MATÉRIA – por Jean-Baptiste Willermoz

…se viu obrigado a revestir-se de um corpo de matéria com o qual rastejou na superfície com os demais animais, com os quais acabara de assimilar-se…

Carta a um candidato a ser admitido em uma Loja Retificada

Carta a un candidato: Confidenciastes o vosso desejo de ser admitido na Maçonaria no Regime particular que segue a Loja à qual os Senhores…

O ressurgimento dos Élus Coën e sua filiação

O ressurgimento dos Elus Coën e sua filiação: A validade do ressurgimento Coën foi verificada pela graça de La Chose …

Carta de Jean-Baptiste Willermoz sobre a Grande Profissão

Carta de Jean-Baptiste Willermoz sobre a Grande Profissão. Texto com assinatura 173, intitulado: Artigo secreto anexo a minha carta de 1º de setembro de 1807, publicado em castelhano no “Documentos Martinistas VI, Ed. Manakel, Madri, 2021.

Orígenes de Alexandria na Doutrina de Martines de Pasqually

Exploração da influência de Orígenes de Alexandria na doutrina de Martines de Pasqually, abordando temas como a queda das almas e a criação do mundo visível.

MÉTODO PARA LER O TRATADO DA REINTEGRAÇÃO DE MARTINES DE PASQUALLY

Não inicie a leitura se não puder fazê-lo diariamente, e obrigue-se a seguir fazendo-o sem interrupção; se isso não depende de você, adie seu início até 10 anos mais…

80º ANIVERSÁRIO DO DESPERTAR DO RER NA FRANÇA

Em 19 de dezembro de 2015, o Grão-Mestre/Grão-Prior do G.P.R.D.H. participou, junto a uma Suntuosa delegação espanhola, da Festividade Nacional do Diretório Nacional Retificado da França…

Mestre Escocês de Santo André

Nosso Mestre Escocês de Santo André representa e põe em ação todas as grandes épocas históricas que aconteceram em torno do Templo de Salomão. Substitui os graus referidos como “altos graus” em outros sistemas…

Camille Savoire e os “últimos vestígios da Iniciação Ocidental”

Camille Savoire se perguntava: O que querem constituir os artesãos do despertar do Retificado?, convidando tanto a pureza de intenções quanto ao cumprimento de seus únicos deveres.

O REGIME ESCOCÊS RETIFICADO DESDE SEU “DESPERTAR” ATÉ SUA “REFUNDAÇÃO HISTÓRICA”

Publicação do blog Semper Rectificando

desde seu “Despertar” até sua “Refundação histórica” - Grand Directoire des Gaules

O Regime Escocês Retificado continua sua obra a serviço da Ordem,
a fim de proteger “sua essência primitiva e fundamental que se perdeu na noite dos séculos…”

 Em março de 1935, Camille Savoire (1869-1951) decide renunciar do Grande Oriente da França, onde era desde 1923 o Grande Comendador do Colégio dos Ritos, despertar o Rito Escocês Retificado na França, apoiando-se sobre o Grande Priorado Independente de Helvécia, o qual nessa época era o único detentor da herança de Jean-Baptiste Willermoz (1730-1824).

Sendo assim, este mês de março de 2015, como tem sido destacado por diversos artigos e na reedição do livro de Camille Savoire: “Observações sobre os Templos da Franco Maçonaria” publicado em 1935, representa o 80º Aniversario do “Despertar” na França do sistema maçônico e cavaleiresco fundado no século XVIII durante o Convento das Gálias (1778).

A) Razão para a celebração do Aniversario

Esta data é importante por várias razões, pelas quais merece ser celebrado com ênfase. Em efeito, se a vontade de “despertar” o Regime Escocês Retificado por Camille Savoire nasce do desejo de voltar a trazer à França o sistema concebido por Jean-Baptiste Willermoz, este desejo incluía também a vontade de viver a iniciação “willermoziana” com completa liberdade, e por esta ação extrair o sistema da influência e do domínio das Obediências [1].

É sobre esta base, e não outra, que foi constituído o “Grande Diretório das Gálias” em março de 1935, sendo assim o “Aniversario de acesso à liberdade”, o que celebramos no presente março de 2015.

Não obstante, deve ter-se em conta que o ambicioso projeto de Camille Savoire em 1935 encontrou rapidamente hostilidade no mundo maçônico obediencial, zelosa de suas prerrogativas e desejosos de manter o controle sobre o Regime Retificado para poder instrumentalizar sua prática em razão de seus objetivos (políticos, societários, ideológicos e dogmáticos), os quais eram, e o seguem sendo, totalmente estranhos à Ordem.

B) O “eclipse” do projeto de Camille Savoire a partir de 1946

Quando o “Grande Diretório das Gálias” adormeceu em setembro de 1939, durante a declaração de guerra (2º Guerra Mundial), Camille Savoire seguramente não imaginava um “eclipse” de mais de setenta anos para o projeto pelo qual havia lutado tanto, obrado e trabalhado. Pois o feito, ao declarar legalmente reconstituída a Prefeitura de Nanterre em dezembro de 1946 o “Grande Priorado das Gálias” (G.P.D.G.), Camille Savoire não somente fez desaparecer por este novo nome – que não figura na Carta patente lavrada pelo G.P.I.H. em 1935 – a denominação histórica do “Despertar” (Grande Diretório das Gálias), mas começa, sem dar-se conta, um longo período durante o qual, pouco a pouco, o afastamento progressivo dos critérios que haviam presidido o retorno do Regime na França iriam intensificar-se.

E esta intensificação do afastamento do projeto histórico do Grande Diretório das Gálias começa imediatamente após o falecimento de Camille Savoire em 1951, já que em 1958 um “acordo” foi realizado com a Grande Loja Nacional Francesa, fazendo do G.P.D.G. a instância de “Altos Graus” para o Rito Escocês Retificado desta Obediência francesa, dita “regular” (sic) segundo os conceitos da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Como escreveu Jean-Marc Vivenza no extenso prefácio que inicia a reedição das “Observações sobre os Templos da Franco-maçonaria”, o G.P.D.G. se envolverá ao longo do tempo em uma “total e completa reorientação da instituição de 1946, convertida, ao longo de alguns anos (especialmente na década de 1990), em uma Obediência multi-ritualística, comprometendo-se de maneira quase missionária, através de um ‘Aumôniere’ (Capelão), nos ensinamentos da doutrina da religião cristã [2].

C) O Regime Escocês Retificado se desviava de seus objetivos pelas Obediências Maçônicas

Mas se o G.P.D.G., ao longo do tempo, tem sido desviado com concepções dogmáticas que desfiguram e corrompem por completo o projeto de 1935, ao ponto de haver perdido toda legitimidade sobre o Regime, não conviria tampouco esquecer que as condições nas quais vive o Regime no seio das diversas Obediências da França, além de outros motivos, não eram muito convidativas, posto que se encontrava submetido a observações diversas e variadas que faziam ser impossível uma prática autêntica, tal como estipulam e prescrevem com clareza os Códigos que foram decretados para organizar a vida das duas Classes da Ordem (simbólica e cavaleiresca).

Além disso, se quiser desenhar um panorama completo das múltiplas distorções, modificações, transformações, adaptações, tanto no marco organizacional como no ritual, que foram autorizadas fazendo sofrer o Regime desde seu “despertar” em 1935, seria necessário dedicar a isto grandes volumes que inevitavelmente provocariam em sua leitura uma grande estupefação seguida de ceticismo e às vezes indignação.

Se entenderá melhor porque, como explicado na reedição das “Observações sobre os Templos da maçonaria” [3], Camille Savoire sentiu-se próximo da conversa que teve com Marius Lepage (1902-1972) depois da guerra, havendo compreendido que as Obediências representam finalmente, hoje em dia, uma ameaça real para a integridade e a fidelidade da via iniciática, até o ponto de considerar que se faz necessário constituir uma alternativa a estruturas administrativas profanas que pretendem “administrar os Ritos maçônicos”, para viver fora de um marco obediencial, segundo as leis e princípios da Ordem, pois dizia: “A Ordem é de essência indefinível e absoluta; a Obediência está submetida a todas as flutuações inerentes a debilidade congênita do espírito humano”. [4]

E) A Franco-maçonaria contemporânea é refém de instâncias profanas de natureza puramente exotérica.

Camille Savoire e Marius Lepage, como revela sua correspondência, perceberam muito bem que “a maçonaria contemporânea havia se convertido em refém de instâncias profanas de natureza puramente exotérica” [5].

Contudo, esta tendência fazia do “esoterismo profano”, uma grosseira caricatura especuladora, de confusão política e o sectarismo dogmático, tem-se intensificado ainda mais depois, e é de se temer que perdure, podendo ir muito mais longe em sua degradação, até o ponto em que é muito possível que em um curto período de tempo poderíamos chegar a nos perguntar se a Ordem não deveria, para garantir sua sobrevivência, separar-se e afastar-se definitivamente do “marco maçônico” e com isto prosseguir com a missão espiritual, iniciática e doutrinal que lhe foi confiada por seus fundadores no século XVIII; decisão de retirada proposta em seu tempo, como se recordará, por Johan August Freiherr Von Starck (1741-1816), Eques ab Aquila Fulva, pelas mesmas razões.

F) A “Refundação” necessária do Regime Escocês Retificado

Antes que uma decisão deste tipo seja imposta pela História às gerações que terão sob sua responsabilidade, algum dia, o futuro do Regime Escocês Retificado, e para salvar o que devia ser antes que seja demasiado tarde, em dezembro de 2012 um ‘retorno’ as bases fundamentais foi desejado e considerado como necessário (…) partindo da constatação de que os critérios estipulados pela ‘Carta Constitutiva’ de 1935 são em substância: ‘Praticar o Rito Escocês Retificado em conformidade com os estatutos da Ordem (…) e especialmente manter em sua integridade as decisões decretadas nos diversos Conventos de Kohlo em 1772, de Willemsbad em 1782 e das Gálias em 1778’ (conforme o G.P.I.H., Carta Constitutiva e Cartas Patentes, 20 e 23 de março de 1935), não estavam sendo em absoluto respeitadas, senão singularmente abandonadas e profundamente contrariadas [6], tem sido despertado o “Grande Diretório das Gálias”.

Esta iniciativa histórica, designada pelo nome genérico de “Refundação” (porque está em função do trabalho que se deve consumar para encontrar e retornar as fontes organizacionais e doutrinais do Regime), marca incontestavelmente uma data importante, e não é surpreendente a este respeito que as mesmas incompreensões e temores comparáveis, como em 1935 para Camille Savoire, ressurjam de forma idêntica em 2015, pois os mesmos motivos que provocaram o afastamento da franco-maçonaria obediencial quando a constituição do “Grande Diretório das Gálias” em sua época não tem mudado com o tempo, e se tem os mesmos prejuízos, quase que nos mesmos termos que em 1935, ante o “Grande Diretório das Gálias” despertado em dezembro de 2012, que prossegue a obra “refundadora” em fidelidade as intenções de Camille Savoire, a fim de que a Ordem conserve “sua essência primitiva e fundamental que se perde na noite dos séculos…

Conclusão

Desta forma, neste ano do 80º Aniversário do “Despertar” do Regime Escocês Retificado, podemos dar graças a Divina Providência que tem permitido que o “Grande Diretório das Gálias”, instância histórica de 1935 constituída por Camille Savoire, esta de novo ativa e viva, porque nos permite celebrar, longe das terras de exílio do Egito, a “Refundação da Ordem”, ou que é o mesmo, o “Renascimento da Fênix”.

No Prefacio de apresentação escrito para a ocasião da reedição das “Observações sobre os templos da franco-maçonaria”, Jean-Marc Vivenza, nos faz recordar a apreciação de René Guénon (1886-1951) a respeito do projeto de Camille Savoire sobre o despertar do Regime Escocês Retificado fora das Obediências, declara: “nas presentes circunstancias, [é] o mais desejável, se não se quer ver perder irremediavelmente os últimos vestígios da iniciação ocidental que subsiste ainda…[7], acrescentando, com grande precisão: “Não se pode resumir melhor, segundo nós, o sentido e o objeto da obra empreendida por Camille Savoire: trabalhar sem descanso, e com coragem, na Fé, na Esperança e na Caridade, enquanto persistirem os últimos vestígios da iniciação ocidental que subsistem ainda, de forma que as ‘almas de desejo’, de hoje e de amanhã, possam encontrar um caminho verdadeiro e autêntico que conduz realmente ao ‘Santuário da Verdade’” [8].

Notas:

1. É em 17 de abril de 1935, quando Camille Savoire demite-se do G.O.D.F., que em sei último ato na qualidade de Grande Comendador escreve: “Eu resolvo… retirar-me do Grande Oriente da França e recuperar assim minha completa liberdade de ação…”.

2. J.-M. Vivenza, Prefacio, em Camille Savoire, ‘Regards sur les temples de La Franc-maçonnerie’ (1935), reedição da editora La Pierre Philosophale, 2015, pág. 72.

3. Ibid, pág. 75-77.

4. M. Lepage, L’ordre et les Obédiences, Histoire et Doctrine de la Franc-Maçonnerie (A Ordem e as Obediências, Historia e Doutrina da Maçonaria), Dervy, 1956, pág. 08.

5. J.-M. Vivenza, no Prefacio, op. cit., pág. 75.

6. Ibid, pág. 73.

7. R. Guénon, O Véu de Ísis, dezembro de 1935, em Études sur la Franc-maçonnerie et le compagnonnage, Éditions Traditionnelles, t.I, 1964, pág. 90.

8. J.-M. Vivenza, prefácio, op. cit., pág. 89.